Bernardo


Estranho o tempo não alterar, mas fortalecer. A prova disso é o abraço sincero, após longos meses sem nos vermos. Sincero, silencioso, saudoso. Abraço que permite o reencontro de nossos corações, acelerados de ansiedade, na fração de segundo em que os corpos estão juntos.
Estranho o silêncio não desgastar, mas amadurecer. Amadurecer as ideias, os pensamentos e as desavenças. Metamorfoseá-las em sorrisos, em janelas abertas e em reconciliações. Em alegria. Você é minha alegria.
Estranho a distância não distrair, mas aproximar. Estranho a saudade não perecer, mas apertar. Estranho o amor não sucumbir, mas vigorar. É isso. Eu te amo e te amei desde o dia em que minhas palavras encostaram nas tuas pela primeira vez. Desde o dia em que meu sorriso foi de encontro ao teu pela segunda vez. Desde todos os dias em que você me fez feliz pela milésima vez.
Tenho, guardados em mim, todos os momentos em que respirávamos o mesmo ar e dividíamos o mesmo espaço. Em que estava ao teu lado, à tua frente, ao teu alcance. Em que meu olhar caminhava em sintonia ao teu e, juntos, não se soltavam em hipótese alguma. Por discórdia do destino, se soltaram.
Hoje, minhas mãos procuram pelas suas em um quarto escuro. Com receio de não encontrá-las mais, toco meu peito e sinto o apanhar de meu coração. É ali que você está, esteve e sempre estará. Batendo forte esse sentimento que não tem nome e nem explicação. Não é irmandade, não é amizade. É diferente de tudo. É tudo. Meu tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário